Os deputados aveirenses lembravam naquele projecto de resolução que o porto de Aveiro, localizado na Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, estando inserido numa área contígua à cidade da Gafanha da Nazaré, freguesia onde habitam mais de 15.000 pessoas em território de relevante densidade populacional, e que a contiguidade entre aquela estrutura portuária e o núcleo urbano da cidade da Gafanha da Nazaré, desde há muito, gerou tensões que, ao longo dos anos, os diversos agentes tiveram que saber compatibilizar.
 

O entendimento do Partido Socialista, agora subscrito pela maioria dos deputados da Assembleia da República, de que a importância económica da actividade do porto de Aveiro para a freguesia e o concelho – e, para além deste, a região e o país –, deve ser acompanhada da manutenção de um justo equilíbrio entre a actividade económica e industrial ali desenvolvida e a qualidade de vida dos habitantes da Gafanha da Nazaré, a qual não deve ser, em caso algum, postergada.
 

Importa, assim, deliberou a Assembleia da República, assegurar que não demore a efectiva implementação das medidas recentemente anunciadas, desta forma logrando salvaguardar o legítimo interesse das populações, há demasiado tempo descurado.
 

A Assembleia da República aprovou, portanto, recomendar ao Governo diligências, em articulação com as entidades competentes, pela conclusão da implementação das medidas mitigadoras relativas ao transporte e depósito de coque de petróleo no porto de Aveiro, nomeadamente, a construção, no cais comercial, da adequada barreira eólica contra ventos dominantes, a concomitante implementação da bacia de contenção de lixiviados e estação de tratamento, bem como a plantação de uma barreira arbórea protetora entre o porto comercial e as habitações da Gafanha da Nazaré, e ainda a instalação nesta localidade de uma estação de monitorização da qualidade do ar na envolvente do Porto de Aveiro.
 

De lamentar que o PSD, através do seu sentido de voto, que não apoia as recomendações aprovadas, demonstre não se preocupar com a garantia de um justo equilíbrio entre a actividade económica desenvolvida no porto de Aveiro e a qualidade de vida dos habitantes da cidade da Gafanha da Nazaré, recusando-se apoiar a recomendação de implementação de medidas que mitiguem os efeitos da movimentação e armazenamento do coque de petróleo e de monitorização permanente da qualidade do ambiente na envolvente àquele porto.