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 | Rosa Maria Albernaz intervém sobre alterações climáticas no Assembleia Parlamentar Mundial
A Deputada do Partido Socialista, Rosa Maria Albernaz, eleita pelo círculo eleitoral de Aveiro, interveio na 139ª Assembleia da União Inter-parlamentar realizada em Genebra entre 14 e 18 de outubro.
Leia a intervenção na íntegra:
A convergência da ciência, tecnologia e inovação com a promoção da paz e desenvolvimento sustentável é o grande desafio da nossa geração e das gerações vindouras.
Vivemos num tempo em que as alterações climáticas são já não apenas uma evidência científica, mas também um fenómeno com um impacto bem real e concreto na vida das pessoas de todo o mundo.
A Europa e a região mediterrânica regista, como nunca, vagas de calor, incêndios florestais, secas e a subida dos níveis do mar.
No norte da Europa, chove incomparavelmente mais e as cheias começam a tornar-se um facto comum.
Os países em desenvolvimento, cujos habitantes são grandemente dependentes do meio natural, são os mais afetados pelas alterações climáticas, já que não dispõem de recursos para lhes fazer face, perdendo assim o seu principal meio de sustento.
Tudo isto são dados incontestáveis, tudo isto está a acontecer agora e tudo isto caminha, a passos largos, para se tornar irreversível, com consequências definitivas para toda a humanidade.
É aqui que a área da ciência, tecnologia e inovação tem de assumir um papel central, como mecanismos capazes de fornecer as respostas necessárias à reversão deste cenário e à construção da paz e do desenvolvimento sustentável.
Tal como a ex-Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova, defende, na Mensagem do Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento 2017, só através da ciência conseguiremos otimizar a gestão hídrica, garantir uma utilização sustentável dos oceanos, proteger os ecossistemas, a biodiversidade e responder aos desastres naturais e à mudança climática.
E se é verdade que tal facto tem granjeado reconhecimento da comunidade internacional, como o demonstra o papel de destaque assumido pelas CTI na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, também não é menos verdade que os Governos e parlamentos nacionais podem e devem assumir um papel de liderança sobre estas matérias nas suas respetivas áreas de jurisdição, combinando a sustentabilidade mundial com ações e conhecimentos locais.
Efetivamente, para que seja atingido o melhor resultado possível, há a necessidade de envolver os cidadãos de cada país nos programas científicos, garantindo, país a país, o acesso igualitário às ciências para todas as pessoas.
Ora, orgulha-me dizer que o Governo português tem estado amplamente comprometido com este desígnio, como o demonstra em 2016 a Resolução do Conselho de Ministros, que consubstancia uma clara aposta no conhecimento como compromisso para o futuro, em linha com a Estratégia Europa 2020 para o desenvolvimento sustentável.
Demonstra-o, também, quando o Governo Português promove um conjunto de medidas destinadas a dinamizar a inovação e a adoção de tecnologia pelas empresas e pela sociedade em geral, reforçando a promoção da cultura científica e tecnológica, os instrumentos de internacionalização do conhecimento e o aumento de emprego científico para jovens doutorados.
É também um bom exemplo deste compromisso do Governo Português a posição de liderança que este vem assumindo em matéria de diplomacia científica, percebendo a sua importância como veículo de prossecução de um esforço de democratização de acesso ao conhecimento e à formação, potenciando assim uma cultura de cooperação entre os diversos agentes internacionais.
De igual forma, apraz-me dizer que a Assembleia da República portuguesa tem estado empenhada nesta tão importante problemática, como o é exemplo a aprovação, por larga maioria, da proposta de adesão do Estado português ao Acordo de Paris.
Temos a perfeita consciência de que ainda há muito a fazer, de que esta é uma batalha continua, uma luta que nos convoca a todos e que na qualidade de representantes eleitos, temos a especial responsabilidade de garantir às gerações futuras a vitória no combate mais importante de todos:
“A vitória pelo nosso futuro coletivo”.
10/17/2018
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